O tribunal de Milão acusou, na sexta-feira, 10, o primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, e o advogado britânico, David Mills, de «corrupção em actos judiciais». Em causa está um depósito de 600 mil dólares efectuado pela Fininvest, o grupo da família Berlusconi, numa conta em nome de Mills, que terá servido para ressarcir o advogado pelo fornecimento de falsas testemunhas em dois processos movidos contra Il Cavaliere no final dos anos 90.
Esta nova acusação surgiu de um outro processo em curso, no qual Berlusconi é acusado de fraude fiscal na compra de direitos cinematográficos pelo seu grupo audiovisual Mediaset.
O escândalo teve impacto na Grã-Bretanha, tocando directamente a ministra da Cultura, Média e Desportos, Tessa Jowel, casada com David Mills. No sábado, o casal anunciou publicamente a sua separação.
No mesmo dia, Berlusconi foi confrontado com a notícia da demissão do seu ministro da Saúde, Francesco Storace, acusado pela imprensa de ter espiado os seus adversários políticos durante a campanha para as eleições na região de Roma, em Abril do ano passado.
Esta foi a segunda baixa no executivo italiano em pouco mais de três semanas. Após ter proferido uma série de provocações contra o Islão, Roberto Calderoni, ministro das Reformas e importante dirigente da Liga do Norte, partido xenófobo da maioria governante, viu-se forçado a apresentar a demissão em 18 de Fevereiro.